Álvaro Sobrinho: ‘Faço parte de uma família com posses’

Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BESA, defende que as questões relacionadas com o seu vencimento no BESA não são objecto de análise da comissão de inquérito parlamentar ao colapso do Grupo Espírito Santo. Ainda assim, disse-se disponível para responder se a mesma questão for colocada a outros depoentes da comissão.

Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, perguntou a Álvaro Sobrinho o valor da sua remuneração até 2001 no BES e de 2002 a 2012 no BESA. A deputada queira saber se o vencimento de Álvaro Sobrinho era superior a dois milhões de euros anuais.

O ex-presidente do BESA questiona: “Essa questão é relevante?”. A deputada insiste que sim, enumerando alguns dos investimentos de Álvaro Sobrinho, como a participação na Newshold ou no Sporting.

“Não vou responder a uma questão do meu foro pessoal. Faço parte de uma família angolana com posses. Não vim para Portugal estudar como bolseiro. Os meus pais compraram-me uma casa e carro em Cascais. Já nessa altura tinha posses.”

“Terei muito gosto em responder a essas perguntas quando forem também colocadas a outras pessoas que têm as mesmas posses ou até mais”, responde o ex-presidente do BESA.

“Não tenho contas congeladas na Caixa Geral de Depósitos. Tenho investimentos, de facto, mas isso não é do âmbito desta comissão", respondeu.

As declarações de Álvaro Sobrinho:

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