Susana Abrantes, porta-voz da Refer, avançou à Lusa que a adesão à greve de quinta-feira "rondou os 15 % em termos globais", adiantando que se realizaram "25% das circulações diárias previstas para o período, que correspondem aos serviços mínimos" fixados pelo Tribunal Arbitral.
A greve dos trabalhadores da Rede Ferroviária Nacional, que contestam a fusão com a empresa Estradas de Portugal (EP), causou quinta-feira perturbações e supressões na circulação de comboios de passageiros e de mercadorias nos operadores da CP, Fertagus, CP Carga e Takargo.
A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FCTRANS) adiantou quinta-feira à Lusa que a adesão à greve dos trabalhadores da Refer foi de 100%.
Os trabalhadores da Refer decidiram em plenário, a 02 de Dezembro, marcar uma greve de 24 horas, com início às 00:00 de quinta-feira, para contestar a fusão com a EP anunciada pelo Governo, que, argumentam, "não é sustentada por nenhum estudo que aponte benefícios".
Em declarações à Lusa, José Manuel Oliveira explicou que os trabalhadores da empresa pública decidiram avançar para a greve por recearem a perda dos postos de trabalho e de direitos.
No dia em que os trabalhadores da Refer fizeram greve, a fusão com a empresa Estradas de Portugal (EP) deu mais um passo, com a aprovação do modelo de governo de futura empresa, a Infra-estruturas de Portugal, disse à Lusa fonte oficial da comissão de planeamento.
Na reunião semanal, a comissão de planeamento para a fusão das duas empresas, liderada por António Ramalho, aprovou a proposta da modalidade jurídica da fusão e do modelo de governo da futura empresa e a proposta de estatutos da Infra-estruturas de Portugal.
A Infra-estruturas de Portugal, nova empresa que nascerá da fusão, contará com mais de 4.000 trabalhadores — dos quais 1.090 da Estradas de Portugal e 2.955 da Refer — e será gestora de 13.515 quilómetros de rodovia e 2.794 quilómetros de ferrovia.
Lusa/SOL