Apesar de ser o candidato favorito, e de vitória ser esperada, as primeiras indicações dão conta de que Albuquerque terá de disputar uma segunda volta com o segundo candidato mais votado, o actual secretário do Ambiente e Recursos Naturais, Manuel António Correia, a 29 de Dezembro.
Nesta corrida à liderança do PSD/M estiveram seis candidatos: Miguel Albuquerque, Manuel António Correia, João Cunha e Silva, Miguel de Sousa, Sérgio Marques e Jaime Ramos
O candidato mais votado nas eleições internas do PSD/Madeira considerou que obteve uma "vitória concludente", considerando que os militantes disseram que querem a renovação do partido.
"Esta vitória é concludente, porque em 54 freguesias a [minha] candidatura venceu 42, em 11 concelhos venceu em 10 e tivemos uma percentagem de 47,5%, com seis candidatos", declarou Miguel Albuquerque, que vai disputar uma segunda volta a 29 de Dezembro com Manuel António Correia, o actual secretário do Ambiente e Recursos Naturais do governo madeirense.
Depois de cumprimentar os outros cinco companheiros que participaram nesta corrida à liderança, Albuquerque considerou que o debate interno "foi um exemplo de maturidade democrática na estrutura esclerosada, monopolista do pensamento único, vigente no PSD/Madeira nos últimos anos".
"O que aconteceu nestas eleições é a prova de que estas eleições internas serviram para romper com o 'status quo' e os militantes vieram dizer que não querem mais do mesmo e querem a renovação do partido", salientou o ex-autarca do Funchal, vincando que o PSD/Madeira "nunca mais será um partido de pensamento único"
Para Albuquerque, o resultado destas eleições internas foram "um sinal" dados pelos militantes do PSD/M, que "querem a renovação, a mudança dos protagonistas e das políticas, querem um PSD da Madeira ao serviço dos cidadãos, do bem público e do bem comum"
Miguel Albuquerque sustentou que, com o seu projecto, o PSD/M será um partido "com novas políticas e protagonistas", acrescentando que o objectivo é implementar "novas posturas que dignifiquem as instituições regionais e que seja um exemplo para o país".
"Queremos restabelecer novas pontes com o Estado e com o todo nacional", destacou, apontando que a sua candidatura pretende "transformar a Madeira numa região cosmopolita internacional e vocacionada para o futuro".
Albuquerque destacou que a "luta e estas eleições ainda não acabaram", declarando estar convencido na vitória na segunda volta de "forma concludente".
"Porque vamos disputar eleições com um candidato que representa aquilo que a maioria dos militantes não quer, que é o 'status quo' e a ligação ao passado", sublinhou, referindo-se ao seu adversário, que, no seu entender, "representa os interesses instalados que têm de ser de uma vez por todas expurgados" da Madeira.
Miguel Albuquerque destacou que o partido tem eleições legislativas já no próximo ano, reforçando a ideia de serem antecipadas para Março ou Abril, e os militantes do PSD/M "já disseram que não querem mais do mesmo, de políticas gastas", mas um partido "vocacionado para o futuro" e "não fique barricado e seja reflexo da sociedade civil".
Manuel António Correia diz que vai à 2.ª volta para ganhar a liderança
O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, Manuel António Correia, disse sexta-feira à noite que vai lutar para ganhar as eleições internas na segunda volta.
"A todos deixamos uma certeza, vamos lutar pela vitória na segunda volta", disse o adversário de Miguel Albuquerque, em conferência de imprensa.
Manuel António Correia considerou as eleições internas no PSD para escolher sucessor de Alberto João Jardim "um momento de alegria que certamente terá ainda maiores alegrias no futuro próximo".
"Fica, pois, claro, que vamos, à segunda volta para ganhar, porque estamos num cenário totalmente diferente e tudo faremos para conquistar novos votos e manter aqueles que hoje tivemos", disse.
Manuel António Correia considerou o resultado "muito positivo", ainda mais quando a sua candidatura "luta com uma grande desproporção de meios, nomeadamente financeiros, logísticos e até diferenças de tratamento na comunicação social".
"Depois deste dia, o partido está mais forte e no futuro próximo ficará ainda mais forte, capaz de responder no dia a dia das pessoas ao desemprego, aos baixos salários, aos impostos altos que precisam baixar e à solidariedade com a terceira idade", prometeu, apelando ao voto dos que "hoje votaram no adversário da segunda volta".
O candidato disse acreditar "no futuro da Madeira", onde "não há dois partidos sociais-democratas, não há o partido do passado e o partido do presente, só há um partido, que é composto pelo seu passado e pelo seu presente e, acima de tudo, um partido social-democrata do futuro".
A escolha do futuro líder do PSD ficou adiada para 29 de Dezembro, tendo Alberto João Jardim, há 40 anos presidente do partido e há 37 anos presidente do Governo Regional, anunciou que apresentará a sua demissão a 12 de Janeiro do próximo ano, logo após o congresso do partido que aclamará o novo dirigente madeirense.
Lusa/SOL