Construída como uma página do Facebook ou do Tumblr, a peça dispersa-se por mais de 50 histórias, organizadas por sete temas: relações humanas, esfera privada e comportamentos; política; ciência e conhecimento; memória; amor e afectos; sentido da existência e reflexões filosóficas; linguagem. Um “caleidoscópio de euforia depressiva”, como descreveu a peça Eduardo Lourenço ao encenador no dia da estreia, nada mais do que a “forma como estamos actualmente a viver”.
“Os problemas que se tratam aqui são problemas do mundo. É a perda da memória”, sintetiza João Lourenço, recordando que hoje não precisamos de memorizar nada porque a informação está toda acessível no smartphone que transportamos. “Estamos a destreinar algumas das nossas capacidades por causa de toda a tecnologia e já não há nada a fazer. Agora vivemos assim, só temos de lidar com isto da melhor maneira para nos defendermos de problemas que possam surgir”.
Com um elenco de 13 actores, desfilam no palco do Teatro Aberto mais de cem personagens, que protagonizam pequenas histórias com a duração máxima de três minutos. O que as distancia umas das outras são separadores em vídeo, projectados em dois ecrãs que se assemelham ao formato do iPhone. Irene Cruz, Ana Guiomar, Patrícia André, Paulo Oom e Cristóvão Campos são alguns dos actores que, durante quase duas horas, reproduzem estas cenas da vida moderna, transportando para o palco as nossas experiências virtuais do dia-a-dia. Depois do Teatro Aberto, Amor e Informação viaja até ao Porto, para ficar em cena no Teatro Nacional São João.