"Em meados de 2012 (Junho ou Julho) o dr. Ricardo Salgado pediu directamente ao dr. Carlos Calvário, responsável do departamento de risco, um 'rating' para a ESI. Como o BES não tinha exposição à ESI, tal não era necessário", afirmou Goes durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso Banco Espírito Santo (BES)/Grupo Espírito Santo (GES).
Joaquim Goes sublinhou que Ricardo Salgado era o presidente do BES, do Espírito Santo Financial Group (ESFG) e administrador da ESI, 'holding' de topo do GES.
Segundo o ex-administrador executivo do BES, o 'rating' da ESI foi feito com base nas contas de 2011.
"Foi envolvida a KPMG para perceber como é que o cálculo desse 'rating' foi feito. A KPMG emitiu uma carta considerando que a metodologia do departamento de risco global foi aplicada em linha com o que era feito para outras 'holdings' financeiras", realçou.
Alguns meses depois, foi solicitado pela ESAF (gestora de activos do grupo Banco Espírito Santo) se havia 'rating' da ESI e de outras 'holdings' do GES.
"A ESAF decidiu de forma autónoma lançar o fundo ES Liquidez. E o 'rating' da ESI relativo às contas de 2011 foi levado em conta", afirmou Joaquim Goes, assegurando que "quando foi lançado o papel comercial da ESI não foi solicitado qualquer parecer do departamento de risco global", no qual era um dos responsáveis ao nível da comissão executiva do BES.
"Com a informação conhecida sobre as contas de 2012, se o 'rating' tivesse sido actualizado, aquilo que era a tendência desse 'rating' não seria substancialmente diferente do 'rating' com base nas contas de 2011. Quanto muito teria baixado um grau", garantiu, realçando que a ESI tinha "capitais próprios de 855 milhões de euros em 2012".
Lusa/SOL