A campanha, que será clarificada no encontro agendado para 24 de Janeiro, é lida como o primeiro grande teste de força e de aceitação popular. Mas, não obstante as dúvidas quanto à popularidade que as propostas do movimento possam vir a ter, há uma certeza no guião: o futuro partido vai rejeitar alianças e coligações pré ou pós-eleitorais.
Esta é, de resto, a mensagem com que os promotores do movimento que se inspira no 'Podemos' espanhol, de Pablo Iglesias, vão tentar convencer os portugueses a subscrever a criação de um novo partido político para entrar na corrida às legislativas de 2015.
Afastadas estão, por isso, conversações com os partidos e os movimentos à esquerda na tentativa de construir uma solução de governo alternativa, tal como o Livre e a Fórum Manifesto – que vão juntos a eleições com o propósito de viabilizar um governo socialista liderado por António Costa.
Acções contra despejos
Ao SOL, Joana Amaral Dias, uma das promotoras do 'Juntos Podemos' que defendeu no encontro do fim-de-semana (por onde passaram cerca de 500 pessoas) a possibilidade do movimento concorrer às eleições, clarifica que a transformação em partido é uma questão que se coloca, mas “não deve concentrar todas as energias”. Até porque, sublinha a ex-deputada do BE, foi aprovado um “um exigente caderno de encargos e acções para desenvolver no próximo ano”.
Entre estas acções estão iniciativas contra os despejos, a proposta de um acordo de comércio transatlântico bem como protestos contra a privatização da TAP. “Se continuam a surgir partidos é porque há espaço. Estamos empenhados no combate à corrupção, na escolha do nosso próprio modelo económico e no aprofundamento da democracia. São estes os problemas do país que preocupam pessoas de direita e de esquerda. O problema do país não é a aliança do Livre com o PS”, atesta Joana Amaral Dias.