Miguel Albuquerque foi eleito hoje com 64% dos votos contra 36% de Manuel António Correia. Albuquerque ganhou em 46 das 54 freguesias da Madeira.
Trata-se de um adeus anunciado ao jardinismo, 40 anos depois da liderança histórica de Alberto João Jardim.
Esta é a terceira vez que, internamente, Miguel Albuquerque foi a votos numa corrida à liderança do partido. Em Novembro de 2012 defrontou Jardim, em eleições directas, nas quais foi derrotado por escassos 142 votos num universo de 3200 votantes.
Já este ano, na primeira volta, a 19 de Dezembro, com seis candidatos na corrida, Miguel Albuquerque foi o mais votado, obtendo 2.992 votos (47,2%) dos 6.373 militantes. 1.819 militantes (28,7%) haviam dado a sua preferência a Manuel António Correia.
Pelo caminho ficaram os restantes 4 candidatos (João Cunha e Silva, 15,7%; Sérgio Marques, 5,3%; Miguel Sousa, 2,3% e Jaime Ramos, 0,7%).
Nesta 2.ª volta, Miguel Albuquerque contou com o apoio pessoal de Sérgio Marques e de Miguel de Sousa. E foi ainda buscar votos a ex-apoiantes de Cunha e Silva que havia dado liberdade de voto aos que votaram em si na 1.ª volta.
O novo homem forte da Madeira tem 53 anos, é advogado e pai de cinco filhos. É neto do tenente Francisco Ernesto Machado, um dos militares da Revolta da Madeira contra Salazar, a 4 de Abril de 1931.
Produtor de rosas raras numa quinta no norte da Madeira, Miguel Albuquerque adora jazz.
Teve o apoio de quadros novos do PSD, oriundos da ‘jota’ e do movimento ‘Política XXI’, liderado pelo filho do controverso secretário-geral do PSD, Jaime Ramos.
Segundo o secretariado eleitoral, a afluência às urnas foi alta, embora não atingindo os 88% da 1.ª volta.
Não se registaram incidentes pelo que dificilmente se descortinam eventuais impugnações.
Ainda esta tarde, ao exercer o seu voto, Jardim disse temer que a Região possa voltar ao passado.
“Considero que a Madeira, neste momento, está debaixo de uma ameaça reaccionária que é haver um retrocesso na democracia madeirense, voltarmos aos senhorios do antigamente, ao poder da Maçonaria e à subordinação dos interesses económicos”.
O congresso regional do PSD-M está marcado para 10 de Janeiro.
No dia 12 de Janeiro Jardim assegurou que apresenta a demissão.