Mas vemos agora sem subterfúgios que as instituições europeias, já sem a menor vergonha, são o farol do nosso Governo PSD/CDS, nesta nova moda (esperemos que não dure mais do que uma moda passageira) do capitalismo desregulado.
E já não falo apenas das críticas a um aumento ridículo do salário mínimo (ainda assim, muito abaixo dos nossos vizinhos ocidentais), nem dos efeitos desequilibrantes das medidas da troika (que, segundo dados do INE, retiraram 5,8 mil milhões aos rendimentos de trabalho, mas acrescentarem 4,4,mil milhões aos do capital), mas a 2 técnicos economistas do BCE (bem sabemos que os economistas raramente foram bafejados pela sabedoria, como os mais lúcidos fazem questão de lembrar) que, numa escala de 0 a 100, entendem que os trabalhadores portugueses, com uma capacidade de reivindicação que varia entre os 12 e os 14%, têm excesso de poder.
Claro que eu acharia que o excesso de poder é o destes economistas poderem divulgar, à custa dos contribuintes europeus que eles criticam, este tipo de dissertações pessoais, ideológicas e subjectivíssimas.
Eles sim, saem caros, e não adiantam soluções úteis e justas. Mas porque não são despedidos, dando-se os seus lugares a trabalhadores que queiram mesmo trabalhar, em vez de bolçar ideologias imorais?