Construção: Valor das obras públicas aumentou 34%

Depois de vários anos em crise o sector da construção começou a inverter a tendência de queda.

De acordo com a mais recente análise de conjuntura da FEPICOP- Federação Portuguesa da Indústria da Construção, ao longo de 2014 os empresários do sector demonstraram confiança numa recuperação da actividade, perspectivando uma situação mais favorável quanto à carteira de encomendas, ao emprego e à situação financeira das empresas. 

Nos primeiros nove meses do ano passado o montante das obras públicas lançadas caiu 6,1%. Porém, o valor das obras contratadas aumentou 34,1%. “O que, a traduzir-se rapidamente em obras, terá consequências muito positivas no nível de actividade das empresas que laboram no mercado das obras públicas”, segundo o mesmo documento.

Os números relativos à criação de emprego no sector também começaram a ‘cimentar’ um ligeiro crescimento no final de 2014. No terceiro trimestre do ano passado a Construção empregava cerca de 280 mil pessoas, mais 18,5 mil do que nos três meses anteriores. Ainda assim, o número de desempregados com origem no sector atingia os 78 mil no final de Setembro. 

Os valores respectivos ao crédito concedido ao sector não seguem a mesma trajectória positiva. Em Setembro diminuiu para um valor inferior a 16 mil milhões de euros, ou seja, menos 5,5 mil milhões do que o stock de crédito registado no mesmo mês de 2012. 

Simultaneamente, nos últimos dois anos, o peso do crédito mal parado no total do crédito concedido aumentou de 18% para 28%. 

No geral, de acordo com a FEPICOP, o investimento em construção reduziu-se 3%, em termos homólogos, no terceiro trimestre, após uma variação negativa de -5,3% no primeiro semestre.

Na construção nova de habitação, o número de fogos licenciados registou nos primeiros nove meses de 2014 uma quebra de 13,6% face ao mesmo período do ano passado e a área licenciada foi inferior em 13,7%.

Também o licenciamento relativo à reabilitação de edifícios habitacionais apresentou uma diminuição homóloga de 6,1% e o referente à construção nova de edifícios não habitacionais, uma redução de 3,9%. 

sara.ribeiro@sol.pt