António Costa

A visita ao recluso 44 da prisão de Évora no último dia de 2014 marca o seu afastamento definitivo do socratismo. A mensagem da declaração à saída é clara (como já havia sido o SMS antes do congresso) e é final: o PS recusa ficar refém do desenlace jurídico do caso em que Sócrates está preso preventivamente, suspeito de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Nem um momento pôs as mãos no fogo por Sócrates, que  – veja-se a escolha de palavras de Costa – irá “lutar pelo que acredita ser a sua verdade”. Se depender do líder do PS, a contaminação do partido não vai acontecer.

Pires de Lima

O ministro da Economia teve o 'pelouro' das boas notícias do Executivo, durante quadra natalícia. Primeiro anunciou o cancelamento da greve na TAP, após negociação bem sucedida com a maioria dos sindicatos. Dispensava-se, ainda assim, a tirada da “vitória sobre o radicalismo”, que soou a recado a destempo para os sindicalistas. Esta semana, o governante centrista veio anunciar a abertura dos primeiros concursos que irão entregar até 4,4 mil milhões em fundos comunitários. Para felicidade das nossas empresas e esperança do Governo nas eleições legislativas.

Sombra:

Paulo Macedo

Quem acorreu às urgências do Amadora-Sintra no Natal teve de esperar até 22 horas por assistência médica, algo inadmissível em qualquer dia do ano e insuportável na quadra em que se exalta a solidariedade humana e se espera do Estado o exemplo. As causas do caos num dos hospitais mais concorridos do país – dois médicos que ficaram doentes e um surto de gripe – são expectáveis e o sistema deve conseguir responder-lhes. Como aliás provam as alterações bem sucedidas na passagem do ano.

Alberto João Jardim

Deixou esta segunda-feira de ser o líder do PSD-Madeira, assistindo à vitória categórica do maior opositor interno, Miguel Albuquerque. Após quarenta anos de poder, Jardim foi incapaz de influenciar os destinos do partido, e o desgaste fica patente na votação do 'seu candidato': Manuel António Correia recolheu um escasso terço dos votos. Para acabar em beleza, afirmou que se assiste a “um retrocesso na democracia madeirense”. Caricato.