Bathily estava a trabalhar, como em qualquer outro dia, quando Amedy Coulibaly entrou no estabelecimento. Quando se instalou o pânico, várias pessoas procuravam um local para se esconderem e dirigem-se para a cave. Lassana abre-lhes a porta da câmara frigorífica.
“Quando eles desceram a correr, abri a porta do congelador. Várias pessoas entraram comigo. Apaguei a luz e desliguei o congelador. Quando eles estavam dentro da câmara, fechei a porta e disse-lhes: ‘Fiquem calmos aqui, eu vou sair’ ”, explicou Lassana, um muçulmano originário do Mali, citado pelo Nouvel Observateur.
Pelo menos cinco pessoas conseguiram esconder-se na câmara, incluindo um pai e o seu filho pequeno.
Ao fim de algum tempo, Amedy Coulibaly apercebeu-se que havia clientes escondidos na câmara frigorífica e mandou outra empregada do supermercado buscá-los.
Quando chegaram ao andar de cima, depararam com os corpos de quarto reféns: Yoav Hattab, Philippe Braham, Yohan Cohen e François-Michel Saada.
Um dos reféns disse que o sequestrador lhes pediu o bilhete de identidade, a profissão e a origem de cada um.
Depois do assalto pela polícia, que resultou na morte de Coulibaly, os reféns correram para a saída, em direcção aos agentes que se encontravam à porta.
"No final, agradeceram-me", afirmou Lassana.