A reflexão surge após os mais recentes atentados terroristas – sobretudo os ocorridos em França – e poderá ter implicações não só no Reino Unido como noutras nações aliadas a Londres e Washington na luta contra o terrorismo.
“No nosso país, será que queremos meios de comunicação interpessoal que nós não possamos ler?”, questionou o primeiro-ministro conservador.
Até ao momento, as empresas responsáveis pelo WhatsApp (Facebook) e o iMessage (Apple) têm reafirmado o objectivo de desenvolver e proteger um produto que garanta a privacidade do utilizador, sobretudo após o escândalo resultante das revelações feitas pelo antigo agente da NSA Edward Snowden, que divulgou os meios utilizados pela espionagem norte-americana para o acesso em massa às comunicações virtuais de cidadãos dos EUA e dos países aliados.
O mesmo debate abrange ainda a questão da dark net (ou deep web), a parcela oculta e sem lei da internet onde as comunicações e trocas de ficheiro são possíveis de forma totalmente anónima. Para os serviços secretos ocidentais, esta zona a que o comum dos internautas não acede (nem sabe como aceder) é um potencial ponto de contacto entre terroristas. Por outro lado, e para os activistas do direito à privacidade online, é também uma ferramenta indispensável para que opositores e jornalistas em países ditatoriais e vítimas e testemunhas de crimes em qualquer local possam comunicar em segurança.