Os dois partidos até acreditam que uma eventual vitória do Syriza na Grécia possa ser benéfica para a maioria de Governo.
“A vitória do Syrisa poderá ser o derradeiro teste ao populismo da Europa”, considera um dirigente social-democrata, defendendo que, se o partido de Alexis Tsipras fizer o que agora diz, vai “correr mal para a Grécia”. Mas se fizer aquilo a que está obrigado, então isso “até será bom para os portugueses verem o que é um partido de esquerda reaccionário a governar – ou seja, chega lá e afinal tem de fazer o mesmo que nós”.
Uma fonte da direcção do CDS vai mais longe e considera que “o melhor que pode acontecer à maioria é o Syrisa ganhar”. A argumentação é idêntica: “Ou faz aquilo que prometeu, e no mínimo a Grécia passa por sérias dificuldades e no limite sai da zona euro, ou, uma vez chegado ao poder, tem de dar o dito por não dito e aí é a prova das quimeras que as esquerdas europeias propagandeiam”.
Do lado do PS, João Galamba lembra que a Grécia “passou por uma experiência fracassada” e por isso considera “legítima” a proposta do Syriza. “Não conheço uma regra que proíba a vontade de um país renegociar a sua dívida.Será uma irresponsabilidade inviabilizar qualquer renegociação”, sustenta. Sobre as consequências de uma vitória do Syriza, Galamba acredita que a Alemanha e a Comissão Europeia possam recuar nos avisos feitos esta semana.