De acordo com declarações do presidente da comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), o deputado Fernando Negrão (PSD), as respostas de Sikander Sattar às perguntas dos deputados foram "naturalmente foram respostas cautelosas mas perceptíveis e compreensíveis".
"Deu-nos informações relevantes, que contribuirão naturalmente para o bom desenrolar dos trabalhos", declarou Negrão, que acrescentou todavia não poder divulgar "em termos de substância" o que se passou numa audição à porta fechada em virtude do segredo profissional e segredo bancário não português, no caso de Angola.
A audição à porta fechada do responsável da auditora "teve toda a justificação", sublinhou todavia o presidente da comissão de inquérito.
"Não posso ser mais específico. Por isso, é que se fez a audição à porta fechada", vincou ainda, depois de os jornalistas terem insistido sobre detalhes da reunião.
Sikander Sattar foi ouvido entre as 17h40 de quarta-feira e as 0h30 de quinta-feira.
O responsável foi ouvido enquanto presidente da administração da KPMG Angola, depois de ter já sido escutado na comissão como responsável da auditora em Portugal.
A questão angolana, nomeadamente no que refere ao paradeiro de um crédito de 3,3 mil milhões de euros do BES ao BES Angola (BESA), tem sido um dos pontos-chave da comissão de inquérito.
A audição do responsável estava inicialmente prevista para as 16h00 de quarta-feira, mas arrancou mais de hora e meia depois.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de Novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
Lusa/SOL