A regionalização é "algo que temos à mão que nos pode ajudar muito nesta nova etapa do regime", afirmou o social-democrata, que esta tarde participou no debate organizado pela Federação Distrital do PS do Porto sobre "Melhor Estado — Mais Democracia", que decorreu em Leça da Palmeira, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.
Rui Rio, que votou não no referendo e que tem defendido regularmente uma reforma do regime, considerou que "a regionalização é seguramente uma medida que merece ser muito bem estudada no sentido de se conseguir um consenso" no país.
"Pode ser uma ferramenta importantíssima para o país", sustentou, acrescentando que desde o referendo sobre a regionalização até agora "as coisas agravaram-se".
"Aquilo que achava que era possível [fazer] sem regionalização manifestamente não só não se fez como se agravou", vincou.
Defendendo a alteração da Constituição, que considerou que se "desgastou com o tempo", Rui Rio salientou que "ninguém vai criar mais serviços" com a regionalização, quanto muito altera-se apenas a tutela dos serviços.
"O ponto de partida para qualquer reflexão sobre regionalização tem que partir do pressuposto que vamos fazer melhor com menos dinheiro", disse.
Afirmando estar convencido de que "se os partidos fundamentais se entenderem, em diálogo com a sociedade, o referendo terá uma inclinação para o sim muito grande, mas sem as picardias do costume, que não levam a nada e afastam cada vez mais a sociedade dos políticos", Rio defendeu que, "na primeira oportunidade", deve ser feito "um debate aberto entre sociedade e partidos para analisar as competências, as finanças regionais e a arquitectura orgânica da regionalização".
Rio entende que, por exemplo, a Administração dos Portos do Douro e Leixões, a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, a promoção turística da região, bem como os principais equipamentos culturais da região, "podem estar à escala regional".
Contudo, o ex-autarca do Porto deixou bem claro que naquilo que diz respeito às finanças regionais as regras devem ser "muitíssimo apertadas".
Lusa/SOL