Esta tarde, em comunicado, a PGR confirma que se reuniu com Afonso Camões na quinta-feira, a pedido do director do JN, porque este invocou ter informações sobre a operação Marquês, que envolve José Sócrates.
Afinal, em causa estava a violação do segredo de Justiça e a publicação iminente pelo Correio da Manhã de notícias baseadas em alegadas escutas feitas ao antigo primeiro-ministro socialista, onde este defende a escolha de Afonso Camões – seu amigo de infância – para dirigir o JN. A notícia acabaria por ser publicada no Correio da Manhã de sábado.
Hoje, Camões escreve no JN um editorial onde relata a reunião com Joana Marques Vidal e se queixa que o Estado não cumpre a lei do segredo de Justiça e “assobia para o lado”. Afirma ainda que o seu bom nome e o do jornal que dirige estão a ser lesados com as notícias do CM. E acrescenta ter pedido a intervenção da PGR para o “gravíssimo atentado à credibilidade deste JN centenário”.
No encontro de quinta-feira a PGR disse não ter conhecimento de que o nome de Afonso Camões era mencionado nas escutas e terá insistido para saber se o director do JN sabia a origem da fuga de informação, nomeadamente se ela tinha partido da equipa de investigação. Este acabou por “nada dizer sobre essa matéria”.
Joana Marques Vidal informou-o que neste caso já há vários inquéritos abertos por violação do segredo de Justiça e defendeu que não lhe pode “dar conselhos nem pessoais nem jurídicos”. Aconselhou-o, por isso, a “solicitar um advogado”.