Nestes 10 dias que separaram as duas assembleias-gerais, muita informação foi divulgada pela administração da PT SGPS, entre ela os pareceres jurídicos sobre a fusão com a Oi, alguns deles considerando que a operadora brasileira não pode vender o "activo PT" à luz dos contratos existentes e sugerindo a realização de uma nova reunião para eventual alteração dos contratos realizados.
Ficou também a saber-se que o presidente da mesa da AG da PT SGPS, António Menezes Cordeiro, considera que os accionistas "têm tudo a ganhar" com a resolução da fusão e que a PT pode voltar à precisa posição em que estava antes da conclusão do contrato, recuperando a PT Portugal e devolvendo as acções que recebeu em troca.
Apesar da informação divulgada pela administração da PT SGSP, a Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM) sublinha que "há aspectos ainda a carecer de clarificação" e pede mais informação, sobretudo depois da PriceWaterhouse Coopers (PwC) ter justificado o atraso no relatório sobre as aplicações financeiras da PT na Rioforte com "dificuldade de acesso a elementos relevantes" que nunca chegou a obter.
A CMVM conclui que "por indicação" do Conselho de Administração da PT SGPS "foram excluídos do relatório quaisquer juízos jurídicos sobre a actuação dos membros dos órgãos sociais", ou seja, Conselho de Administração, Comissão Executiva e Comissão de Auditoria.
Dias atribulados que culminaram com a Oi a anunciar que vai avançar com um processo judicial contra o ex-presidente da PT SGPS Henrique Granadeiro por prestar informação falsa ao regulador e aos accionistas, com Menezes Cordeiro a querer a reversão da fusão e o ministro da Economia, António Pires de Lima, a defender que a empresa "merece ter accionistas que a valorizem e lhe dêem estabilidade quanto antes".
Uma fonte próxima da Oi disse à Lusa que a operadora brasileira está convicta de que os accionistas da PT SGPS vão tomar uma decisão relativamente à venda da PT.
"É convicção profunda da Oi e de outros accionistas de referência que será tomada uma decisão" na AG de accionistas, adiantou a mesma fonte próxima da Oi.
Ao longo da semana, o Sindicato dos Trabalhadores do Grupo PT (STPT) pediu mais um adiamento da reunião magna e o fim da fusão com a operadora brasileira Oi.
Em resposta, a PT SGPS disse em comunicado que mantém a AG e está disponível para cumprir hoje os seus deveres fiduciários.
Lusa/SOL