Num texto (‘Ninguém pergunta pelo Dimar?’) de seis parágrafos, Fazenda insiste que o caminho para a alternativa à austeridade não passa pelo centro. Como tal, lembra que o Dimar saiu do Syriza para se unir ao Pasok, que esteve até domingo coligado com os conservadores da Nova Democracia, e que acaba como responsável pelos “pacotes sucessivos de austeridade lançados sobre o povo grego”, mesmo tendo abandonado o governo em 2013.
Ora, para o bloquista, o eleitorado grego foi implacável e o mesmo pode acontecer o Livre/Tempo de Avançar, uma plataforma cidadã que tem em Rui Tavares (ex-BE) e em Ana Drago (ex-BE) os rostos mais conhecidos e que pretende viabilizar um governo do PS. “É bem possível aparentar o sobredito Dimar ao partido Livre/Tempo de Avançar, nem por acaso Rui Tavares apoiou entusiasticamente esta força política grega. Avançar para ‘influenciar a governação’ depende do Governo, programa, orientação e composição, já se disse mil vezes”, escreve o fundador do BE.
O bloquista acusa ainda “Rui Tavares e companhia alargada” de “querer ‘embandeirar em arco da governação’ com a vitória do Syriza, quando nem sequer defendem para lusa aplicação nenhum dos pontos fundamentais do seu programa Por cá há mais queda para a comédia. Ao menos António Costa teve mais recato, achando que a boleia grega lhe pode abrir espaço à ilusória leitura inteligente dessa coisa estúpida e imperialista (chavão) que dá pelo nome de Tratado Orçamental”.
Luís Fazenda termina o texto constatando que “o Syriza não quis, ainda antes da crise da dívida, influenciar o Pasok e teve votações na casa dos 4%”. Para o fundador do BE, “o ‘meio da esquerda’ é meia-dose de nada”.