PACC: as questões que os professores não souberam responder

A polémica prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) continua a dar que falar. Neste exame, obrigatório para os professores com menos de cinco anos de serviço se poderem candidatar a uma escola no próximo ano lectivo, chumbaram este ano 34,1% dos candidatos. Os professores que não conseguiram obter nota positiva erraram, essencialmente, em…

Segundo o Instituto de Avaliação Educacional (IAVE), responsável pela prova, houve ainda muitos docentes que deram erros ortográficos. Na composição da prova, um em cada cinco professores registaram cinco ou mais erros. Por exemplo, confundir o “a” com e sem “h” ou colocar cedilhas incorrectamente.

Consulte aqui as três questões que menor percentagem de acerto obtiveram:

Item 6: só 21,1% dos candidatos responderam correctamente

O seleccionador nacional convocou 17 jogadores para o próximo jogo de futebol. Destes 17 jogadores, 6 ficarão no banco como suplentes. 6. Supondo que o seleccionador pode escolher os seis suplentes sem qualquer critério que restrinja a sua escolha, poderemos afirmar que o número de grupos diferentes de jogadores suplentes:

(A) não se relaciona com o número de grupos diferentes de jogadores efectivos.

(B) é superior ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos.

(C) é igual ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos.

(D) é inferior ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos.

A resposta certa era a alínea C.

Item 32: só 26,6% dos candidatos responderam correctamente

Em 2013, o Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) publicou um relatório com os resultados da avaliação externa dos ensinos básico e secundário, realizada no ano anterior. Além das médias nacionais de provas e exames das diferentes disciplinas, o relatório apresenta também médias regionais indexadas à média nacional: um valor-índice igual a 100 representa uma média regional igual à média nacional; valores-índice inferiores e superiores a 100 representam, respectivamente, médias regionais inferiores e superiores à média nacional. Para ilustrar a evolução das médias regionais, são apresentadas as diferenças entre as médias regionais de 2012 e as de 2009, para cada disciplina, em valor-índice. O gráfico seguinte apresenta a distribuição de algumas regiões do país, de acordo com a média obtida pelos seus alunos no exame de Português de 2012, e a sua evolução relativamente à média obtida no exame da mesma disciplina, em 2009.

Em 2012, os alunos da região Oeste obtiveram uma média de 96, em valor-índice. Qual foi a média obtida por estes alunos no exame nacional de Português de 2009, em valor-índice?

(A) 101

(B) 0

(C) 91

(D) – 5

A resposta correcta era a A

Item 14: só 29,5% dos candidatos responderam correctamente

Leia o texto seguinte.

Como o objectivo dos livros é a leitura, alguns extremistas podem insistir em que quaisquer características que não contribuam para a legibilidade são excrescências que tendem a diminuir mais do que a aumentar o mérito do livro. Um livro impróprio para o seu fim é mau, e um livro ilegível é pernicioso, como todos admitem. É bem verdade que um livro logicamente planeado, tal como um edifício bem arquitectado, contém muitos elementos de beleza. Mas só estes princípios não serão capazes de produzir os melhores livros que sabemos fazer. Se se concluíssem logicamente, nunca teríamos uma letra inicial, um friso, uma cercadura, uma decoração na portada, um livro de cor, ou qualquer das características graciosas que podem contribuir em larga escala para tornar um livro encantador. Em muitos livros, a beleza é por si só um objectivo que deve procurar algo acima da estrita adaptação à finalidade deles. Esta afirmação implica que há alguns livros em que a beleza é um desiderato, e que há outros em que o encanto não é factor de importância material. Quando tentamos uma classificação, a distinção parece assentar entre uma obra útil e uma obra de arte literária. Até o tipógrafo mais animado dificilmente podia concentrar muito entusiasmo no embelezamento de um dicionário, numa lista telefónica ou num código de cabo submarino, embora estivesse sinceramente interessado no seu bom aspecto tipográfico. Para obras desta espécie, a legibilidade e a comodidade de consulta podem ser as características exclusivamente exigidas. Mas quando nos voltamos para obras de criação artístico-literária ― novelas, poesia, ensaios, etc. ― o caso é bem diferente. A leitura destes livros não é essencial às realidades físicas da vida; lêem-se por prazer, para satisfação das nossas emoções artísticas; são, por outras palavras, alimento do espírito. Não podemos fruí-los esteticamente ao mesmo tempo, não só no texto de leitura, mas também na beleza do seu aspecto gráfico? Creio que sim.

(Douglas C. McMurtie, O livro — Impressão e fabrico, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1982 (2.ª Edição), pp. 611-612)

Com o objectivo de definir a classificação proposta no segundo parágrafo, o autor recorre ao exemplo do “tipógrafo” (linha 13) para ilustrar:

(A) o primeiro termo de uma distinção.

(B) o segundo termo de uma distinção.

(C) os dois termos de uma distinção.

(D) um termo não integrado numa distinção

A resposta correcta era a A

rita.carvalho@sol.pt