Em declarações à agência Lusa, Catarina Martins afirmou que a coligação pós eleitoral do Syriza com a direita nacionalista é "centrada no essencial" e que se mantêm "matérias que os dividem muitíssimo".
A dirigente bloquista sublinhou que o Gregos Independentes "não é um partido de extrema-direita, ao contrário do que tem sido dito": "O Syriza precisava de ter um partido que estivesse de acordo no combate à austeridade (…) é sobre esta matéria que é feito o acordo de coligação".
"O Syriza é largamente maioritário mas não teve maioria absoluta, portanto não podia formar governo sozinho e teve de fazer governo com o partido" que partilha o "confronto essencial que a Grécia tem pela frente, com a Comissão Europeia, com Angela Merkel, para acabar com o memorando e a austeridade no país".
A líder do BE considerou que "a tomada de posse laica" de Alexis Tsipras, sem a cerimónia tradicional com a Igreja Ortodoxa, ou a legislação para a nacionalidade "por solo" que está a ser preparada, "mostra que o Syriza não cedeu nas questões essenciais".
"Esta é uma coligação que permite o confronto europeu, mas não é uma coligação de desistir de nenhuma das bandeiras", advogou.
Questionada sobre se o BE seria capaz de se coligar com um partido de direita, respondeu: "Eu não estou a ver é com que partido em Portugal, o CDS acha que o FMI é uma coisa boa e gostou de estar sempre ao lado da fotografia do memorando, as situações não são transponíveis, o PSD esteve com o memorando".
"Não há em Portugal um partido de direita anti-austeridade, é um quadro que não pode ser transposto para Portugal", alegou.
Lusa/SOL