Em declarações enviadas à Bloomberg e reproduzidas por outros meios, Tsipras procurou, mais uma vez, acalmar as tensões com os credores internacionais ao dizer que a Grécia precisa de "tempo para respirar".
"A minha obrigação de respeitar o mandato claro dado pelo povo grego sobre pôr um fim às políticas de austeridade e regressar a uma agenda de crescimento de forma alguma implica que não cumpramos as nossas obrigações de empréstimos para com o BCE ou o FMI", disse Tsipras, que acrescentou que "a deliberação com os parceiros europeus acabou de começar".
O primeiro-ministro grego realçou que, "pelo contrário, significa que é preciso tempo para respirar e criar um programa próprio de recuperação da médio-prazo, que, entre outras coisas, incorpore os objectivos de orçamentos primários equilibrados e reformas radicais para abordar a evasão fiscal, corrupção e as políticas de clientelismo".
"Apesar da existência de perspectivas diferentes, estou absolutamente confiante de que iremos conseguir alcançar em breve um acordo mutuamente vantajoso, para a Grécia e para a Europa como um todo", sublinhou Tsipras.
O governante grego, que tomou posse esta semana, declarou ainda: "Nenhuma das partes está à procura de conflito e nunca foi nossa intenção agir unilateralmente sobre a dívida grega".
Na quinta-feira, Tsipras pediu "tempo" para conseguir pôr em prática "reformas mais profundas" na Grécia.
"Estamos dispostos a dar início a reformas mais profundas, sem austeridade, mas também sem défice", assegurou o primeiro-ministro grego, acrescentando, no entanto, que para o conseguir o país e o novo governo helénico "precisam de tempo".
Por seu lado, a chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou-se contra um alívio da dívida da Grécia, como defende o novo primeiro-ministro grego, numa entrevista publicada hoje pelo jornal Hamburger Abendblatt.
"Já houve um perdão voluntário da dívida por parte dos credores privados, os bancos já cortaram a dívida da Grécia em milhares de milhões", argumentou Angela Merkel, realçando: "Eu não equaciono um novo cancelamento da dívida".
Lusa/SOL