Daniel Wann, que é também o autor do livro Sport Fans: The Psychology And Social Impact Of Spectators, explicou ao Huffington Post que existem duas formas de atingir a felicidade através do apoio a equipas desportivas: “Uma é vibrar com as vitórias, outra é simplesmente identificar-se com o clube”. “Podemos sentir os benefícios de apoiar uma equipa mesmo quando esta perde”, acrescenta.
Assim, Wann mostra cinco razões para ser adepto de um clube:
1) Ajuda a construir uma comunidade: Nos EUA existem as comunidades, algo que em Portugal não tem tanto peso. No entanto, basta entrar num café com um canal de desporto para perceber a união entre todos os que ali estão. E é mesmo a esse espírito que Wann se refere. “Sabemos que os sentimentos de ligação e afiliação com os outros são importantes para o bem-estar. Ser adepto ajuda a cultivar isso”, explica. Basta, por exemplo, usarem camisolas do Benfica para existir uma identificação, mesmo que não saibam os nomes uns dos outros.
2) ‘Tira-nos’ da solidão: Antes, durante e depois do jogo. Saber e sentir que se faz parte de um grupo que apoia a mesma causa incute uma sensação de pertença, explica Wann.
3) Cria uma linguagem comum: Os avós não querem saber dos computadores e os netos não ligam nenhuma à colecção de selos, mas têm um assunto que podem sempre falar: Os jogos do Sporting. Ou seja, ser adepto de um clube faz com que se ultrapassem barreiras temporais e linguísticas, tornando-se num fenómeno universal para todas as gerações, explica o professor da University of Nottingham, Alan Pringle.
4) Deixa os homens chorarem: Ainda hoje em dia algumas culturas não vêem com bons olhos um homem expressar as suas emoções de uma forma muito explícita. Durante um jogo, os adeptos podem chorar, rir, mostrar sinais de afecto, explica Pringle. “Os britânicos têm muita dificuldade em expressar emoções (…) Para muitos deles, o futebol oferece um espaço seguro onde chorar e rir é aceitável”, afirma. Acha que em Portugal acontece o mesmo?
5) Ter acesso ao sucesso: Quando Cristino Ronaldo venceu a terceira Bola de Ouro, os sites de notícias e as redes sociais encheram-se de imagens e mensagens para o jogador. Os portugueses sentiram que era uma vitória individual e colectiva ao mesmo tempo. É isso que defende o professor de psicologia da University of Akron, Ronald F. Levant. “Identificar-se com um clube é uma das formas de se sentir bem-sucedido (…) Temos altos e baixos e muitas coisas não correm como nós queremos, principalmente ao nível financeiro”, mas os sucessos desportivos ajudam-nos a levantar a cabeça e a ‘viver’ uma vitória.