Tsipras evocou junto ao presidente da Comissão europeia, Jean-Claude Juncker, a possibilidade de um "acordo transitório" que forneça à Grécia uma margem financeira que lhe permita preparar, em comum com a UE, este "projecto de plano em quatro anos".
O plano incluiria um programa radical de reformas, aliado a uma atenuação das suas obrigações orçamentais.
No âmbito das reformas, a Grécia manifestou o desejo de "combater a corrupção", "enfrentar a fraude fiscal" e "reforçar a eficácia do funcionalismo público", segundo a mesma fonte.
No campo orçamental, Alexis Tsipras deseja um "reequilíbrio financeiro" das obrigações impostas à Grécia e incluídas no plano de resgate dos credores internacionais (UE e FMI), que exigem a Atenas que seja garantido anualmente um "excedente orçamental primário monstruoso" de 4,5% do seu PIB.
Segundo a fonte governamental citada pela AFP, esta imposição impede qualquer margem orçamental ao Estado para reembolsar a dívida e coloca a economia grega "numa situação de refém".
O primeiro-ministro grego assegurou que o seu Governo não concederá às "regras da UE" porque não existe qualquer regra "que imponha semelhante austeridade".
Nesta etapa em Bruxelas do périplo diplomático desencadeado pelo novo Governo grego para convencer os europeus a suavizar o peso da sua dívida, Tsipras também insistiu que o seu país "precisa de tempo para negociar, sem ultimatos".
O primeiro-ministro grego chegou ao início da tarde a Paris para um encontro com o Presidente francês, François Hollande, enquanto o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, após a reunião desta manhã com o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, vai prosseguir os seus encontros na quinta-feira em Berlim com o seu homólogo alemão Wolfgang Schäuble.
Lusa/SOL