Basta que um animal doente morda um saudável para haver contágio. Em Portugal, não se registam casos de raiva em animais ou humanos há mais de 40 anos, mas a vacina é obrigatória. O veterinário Pedro Fabrica explica ao SOL que o livre trânsito de pessoas e animais no espaço comunitário pode facilitar a transmissão.
Há uns anos, em França, foram diagnosticados dois cães com raiva e que, segundo o veterinário, poderão ter passado pelo Alentejo. “É de todo recomendável que se mantenha a vacinação dos cães”, e em alguns casos dos gatos, “sempre que haja risco de contacto destes com outros mamíferos selvagens”, considera.
Não sendo a vacina obrigatória, existem outras doenças – como a esgana e a hepatite nos cães e a herpes virose e a caliciviros e nos gatos – que fazem parte dos esquemas vacinais. Pedro Fabrica justifica a sua inclusão pelo facto de algumas poderem mesmo ser fatais.
A vacinação, tanto dos cães como dos gatos, deve começar por volta das sete semanas e não deverá terminar antes dos três meses.
No caso do gato, além do esquema vacinal, existe também vacina contra a leucemia felina, uma doença vírica “cujo contágio é muito fácil por contacto directo entre gatos ou por partilha de objectos de animais infectados”, explica o veterinário.
Como também acontece com os humanos, podem surgir reacções adversas às vacinas, apesar de serem “muito pouco frequentes”. Para o veterinário os benefícios “suplantam largamente o muito baixo risco de reacção adversa”.
Pedro Fabrica sublinha que foi graças à vacinação regular que a morte dos animais por estas doenças diminuiu. A saúde pública também está mais salvaguardada, em especial nos casos de raiva e leptospirose (uma doença bacteriana que pode afectar os humanos, com sintomas neurológicos e urinários e que pode levar à morte se não houver tratamento).