Uma goleada com sabor histórico: desde Junho de 1999 que o Atlético não vencia os merengues em casa para o campeonato. Um duelo que teve de tudo, desde lesões, um 'frango', uma bicicleta ou 'olés'.
O relógio apontava nove minutos de jogo e os colchoneros pareciam ter visto o azar bater à porta do Calderón: O central Godín sangrava do nariz, após um choque com Khedira, e o médio Koke permanecia deitado no relvado, lesionado, pedindo substituição imediata. O técnico Diego Simeone baixou a cabeça, preocupado, e deu luz verde à substituição por Saul.
Quatro minutos depois, Tiago chutou para canto todo o nervosismo dos adeptos colchoneros presentes nas bancadas e inaugurou o marcador (o quarto golo apontado esta época, em 16 jogos do campeonato). E contou com uma ajuda preciosa do guardião adversário: cruzamento da direita e Mandzukic assiste para a entrada da área, onde apareceu o internacional português, com um remate forte, que Casillas deixou escapar em cima da linha de golo. O guarda-redes dos merengues ficou mal na fotografia:
O marcador só aguentou quatro minutos com a vantagem de um golo para o Atlético, já que Saul resolveu tirar um coelho da cartola. Neste caso uma 'bicicleta': Siqueira contornou vários defesas merengues na esquerda e, já em cima da linha de fundo, cruzou para um pontapé acrobático do médio espanhol (três golos em 12 jogos).
O Real Madrid tentou reagir, mas nunca conseguiu criar perigo. Só dava Atlético. Apesar da posse de bola ao intervalo ser desfavorável para a equipa da casa ( Real Madrid 54% – 46 Atlético de Madrid), os pupilos de Simeone tiveram sempre o jogo controlado. Prova disso é que o Real Madrid – com uma frente de ataque temível: Ronaldo, Benzema e Bale -, não fez um único remate à baliza de Moya no primeiro tempo.
E o intervalo também parece não ter refrescado as ideias dos homens de Carlo Ancelotti. Apesar da insistência merengue, o Atlético manteve-se sempre muito seguro e acabou por dilatar a vantagem por intermédio do 'irrequieto' Antoine Griezmann (12 golos em 22 jogos), que só teve de encostar para o terceiro golo da tarde (67').
O último golo do dérbi espanhol chegou já em cima do apito final, aos 89', quando Mandzukic (11 golos em 19 jogos) disse que 'sim' com a cabeça a um cruzamento bem medido de Fernando Torres. Nas bancadas, os adeptos colchoneros soltavam a plenos pulmões: "olé, olé".
Com este resultado, o Atlético diminui para quatro pontos a desvantagem para a liderança, ocupada pelo Real Madrid, e igualou a classificação do Barcelona, que defronta amanhã o Athletic Bilbao.
