A ideia de incluir a gordura em tão nobre lista, por incrível que pareça, pode ajudar as pessoas a comer menos alimentos gordurosos e a combater a obesidade.
“Não podemos limitar-nos a substituir a gordura e as suas componentes de um determinado alimento por algo que a imita em baixo teor de gorduras e esperar que esse sucedâneo tenha sucesso”, disse ao Guardian Russell Keast, o coordenador do estudo. Esses substitutos, lembra Keast, como os que surgiram no mercado nos anos 90, não tiveram grande aceitação. E esse falhanço explica-se, segundo o investigador, porque os produtos light “não tinham a componente do paladar, que tem todos os efeitos fisiológicos e psicológicos que vão afectar o gosto e a aceitação de um alimento”.
As pessoas mais sensíveis ao paladar da gordura comem menos, defende Keast. Daí que não seriam necessárias grandes quantidades de nutrientes gordurosos nos alimentos para poderem recordar o sabor às pessoas que os consomem.
Para que a gordura ou outra qualquer propriedade alimentar sejam considerados sabores, têm de coincidir com alguns critérios. Um deles, destacou a equipa australiana, tornou-se evidente neste estudo – as papilas gustativas da nossa língua também detectam a presença de ácidos gordos, além dos outros sabores primários já referidos.