Moody’s corta ‘rating’ de cinco bancos gregos

A Moody’s cortou hoje o ‘rating’ de cinco bancos gregos e colocou as respectivas notas em revisão para novas descidas, depois de já ter colocado a nota da dívida soberana da Grécia em revisão para corte.

A agência de notação financeira Moody's cortou o 'rating' atribuído ao Piraeus Bank, ao National Bank of Greece, ao Alpha Bank, de Caa1 para Caa2, ao Eurobank Ergasias e ao Attica Bank, de Caa2 para Caa3.

A decisão foi justificada com a "reduzida probabilidade de um apoio sistémico" aos bancos gregos, tendo em conta "a incerteza agravada em relação à capacidade de o Governo chegar a um acordo com os credores oficiais a tempo de satisfazer as suas necessidades de liquidez e de financiamento" e à "redução provável da capacidade do Fundo de Estabilização Financeira Helénico (FEFH) em apoiar os bancos em caso de necessidade".

Na nota hoje divulgada, a Moody's afirma que "um possível impasse nas negociações do Governo com os credores oficiais colocaria em risco a sua própria liquidez e necessidades de financiamento, limitando a sua capacidade para apoiar os bancos, caso fosse preciso".

Além disso, a agência de notação financeira refere-se à "incerteza em relação à renovação ou extensão total do Fundo de Estabilização Financeira Helénico", detido pelo Estado e cujo mandato é assegurar a estabilidade do sistema.

A organização aponta ainda que esta revisão em baixa dos 'ratings' dos bancos gregos se deve à deterioração do perfil de financiamento e de liquidez das instituições em causa, considerando que isso se deve à perda significativa de depósitos privados desde Dezembro de 2014 e ao "apetite reduzido" dos bancos internacionais para realizarem transacções de recompra com acordo prévio (as chamadas transacções 'repo') com o sector bancário helénico.

Por isso, defende a Moody's, "a dependência dos bancos gregos de financiamento do Eurosistema (…) aumentou significativamente", acrescentando que a decisão do BCE de deixar de aceitar dívida grega e garantias estatais gregas como colateral para conceder financiamento "aumenta os riscos negativos" que enfrentam as instituições financeiras da Grécia.

Lusa/SOL