Entre o dia 4 de Agosto, o dia seguinte à resolução, e até final de Setembro, o Novo Banco perdeu recursos dos seus clientes. No balanço de abertura do Novo Banco, contabilizavam-se 27,3 mil milhões de euros em recursos consolidados, dos quais 25,2 mil milhões de euros eram depósitos. “Penso que é do conhecimento publico que vivia uma situação de desconfiança e de desmotivação interna pelos seus trabalhadores”, confessou o banqueiro.
No arranque de Outubro até ao final do ano, o Novo Banco recuperou quatro mil milhões de euros em depósitos. “Neste momento tem uma situação de liquidez muito razoável. Já não estamos nos cuidados intensivos, mas estamos numa situação de observação.”
“Queríamos recuperar os clientes que saíram. Numa primeira fase, actuámos pela via do pricing e, numa segunda fase, na base da confiança dos clientes”, afirmou, referindo-se À estratégia de recuperação de recursos.
“Só com boas pessoas tenho bons clientes. A única vantagem competitiva são as pessoas”, garantiu.
Área de crédito independente
Stock da Cunha diz que foram implementados novos procedimentos para salvaguardar os interesses dos clientes e da instituição. Por isso, o Novo Banco criou um departamento de crédito e alterou os métodos de aprovação dos empréstimos.
“Criámos uma separação entre a contratação das operações na tesouraria, que são contabilizadas em outra área e depois liquidadas em outra distinta. Há segregação entre as areas.”
O presidente do Novo Banco reconhece que a concessão de crédito no passado “merecia melhores práticas”. “Havia alguma informalidade na contratação de crédito.”
Stock da Cunha sublinhou, na sua curta declaração inicial, que nunca foi gestor do BES ou do GES para esclarecer os deputados que as questões do BES e do
GES estão substraídas das questões do Novo Banco, as únicas pelas quais reponde.
O gestor entrou em funções desde 17 de Setembro de 2014, data em que regressou a Portugal para assumir a liderança do Novo Banco.
Fernando Negrão, presidente da instituição, revelou que hoje se deslocaram ao Parlamento quatro representantes da Associação dos indignados e enganados do papel comercial que pretendiam entregar documentação a Eduardo Stock da Cunha. Reuniram-se com o presidente do Novo Banco antes da sua audição.
Esses representantes serão ouvidos em breve na Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso BES/GES.