Os anúncios foram feitos durante a visita do Presidente russo Vladimir Putin ao Cairo. Numa altura de crescente tensão entre o Ocidente e o Kremlin, Moscovo estende a mão a outra capital sob escrutínio da imprensa e organizações internacionais de defesa dos direitos humanos.
Para além da construção de uma central nuclear em Dabaa, na costa do Mediterrâneo, a Rússia pretende aumentar as exportações de gás para o país árabe, que sofre de uma crónica crise energética, com apagões frequentes a afectarem as principais cidades egípcias.
Foi também expressa a intenção por parte do Egipto de adquirir mais armamento russo. Em cima da mesa estará a compra de aviões, helicópteros e mísseis terra-ar, escreve a Interfax. Na chegada ao Cairo, na segunda-feira, Putin ofereceu uma metralhadora russa AK-47 ao Presidente Abdel-Fattah el-Sissi – um gesto de elevado simbolismo.
Será ainda estabelecida uma zona industrial russo-egípcia na zona do canal do Suez. A Russia Today afirma que está ainda em cima da mesa um acordo de comércio livre entre o Egipto e a chamada União Euroasiática (Rússia, Arménia, Bielorrússia e Cazaquistão), mas esta informação não surge na imprensa egípcia nem nas agências noticiosas ocidentais.
Em todo o caso, esta aproximação do Cairo a Moscovo coloca o regime egípcio numa posição delicada em relação a dois dos seus principais parceiros económicos e políticos, Estados Unidos e Arábia Saudita, que enfrentam a Rússia numa guerra por procuração travada em solo sírio.
