Aguiar-Branco: Grécia tem sido apoiada, mas ‘tem de fazer o trabalho de casa’

O ministro da Defesa considerou hoje que a solidariedade de Portugal com a Grécia tem sido inquestionável e que se traduz nos apoios financeiros, mas advertiu que o governo de Atenas tem “de fazer o trabalho de casa”.

Aguiar-Branco: Grécia tem sido apoiada, mas ‘tem de fazer o trabalho de casa’

As posições de José Pedro Aguiar-Branco foram proferidas em declarações aos jornalistas no final da sessão solene de abertura das comemorações dos 150 anos da Cruz Vermelha Portuguesa, na reitoria da Universidade Nova de Lisboa.

"Eu espero que a Grécia se mantenha na União Europeia e no euro, todos nós desejamos, e que faça o trabalho de casa fundamental para esse efeito", afirmou o governante português, a propósito das negociações entre o novo governo grego e as instituições europeias e da sua primeira participação no Eurogrupo e no Conselho Europeu.

Aguiar-Branco defendeu que a solidariedade de Portugal com a Grécia "é absolutamente inquestionável", mas que a comparação entre os dois países "não faz sentido".

"Quer mais solidariedade do que o dos portugueses terem participado nos apoios financeiros que foram dados à Grécia? O espírito europeu é isso, Portugal contribuiu com solidariedade", afirmou.

Neste ponto, o ministro da Defesa lembrou que a Grécia foi "objecto de um perdão de dívida que custou ao erário público e a todos os portugueses cerca de 420 milhões de euros".

"Esse dinheiro não é nem do PS, nem do Bloco de Esquerda, nem do Governo, é dinheiro dos portugueses, de todos nós, se há quem tenha dado manifestações de solidariedade foi o povo português", alegou.

José Pedro Aguiar-Branco aproveitou ainda para distinguir a situação portuguesa e irlandesa da grega e que esses dois casos mostram que é possível cumprir os programas negociados com a 'troika'.

"Lembro que Portugal teve um apoio financeiro e saiu desse programa de resgate, a 'troika' já não está em Portugal desde Maio de 2014, a Irlanda também teve um apoio e saiu do programa com a chamada saída limpa, por isso é possível fazê-lo", assinalou.

"Acho que quando falamos da Grécia falamos de quem tem de fazer o trabalho de casa, como Portugal e a Irlanda fizeram", reforçou.

O ministro da Defesa considerou ainda que Portugal foi solidário "porque cumpriu o trabalho de casa de modo a poder pagar aquilo que também recebeu".

"O espírito de solidariedade dos portugueses é absolutamente inquestionável", afirmou. 

Lusa/SOL