"Quem era a Tranquilidade para dizer que não? Havia as razões todas e mais algumas para não questionar isso ao accionista. O accionista esteve lá 25 anos e nunca fez mal à companhia. Não ia ser eu o mau da fita", declarou aos deputados da comissão de inquérito à gestão do BES e do GES, onde está a ser ouvido desde cerca das 17:30 e pelas 20:05 respondia ainda ao primeiro bloco de perguntas.
As operações de financiamento dividiram-se entre quatro e foram repartidas entre o Espírito Santo Financial Group (ESFG) e a ESFIL, detida pela primeira, que se situa abaixo da Rioforte e da Espírito Santo International (ESI).
Na comissão executiva da seguradora, reconheceu, havia quem não concordasse com esse aval ao financiamento de entidades do GES.
Brito e Cunha disse também na comissão de inquérito que a proposta da Apollo para a compra da seguradora "não foi a mais alta", tendo havido uma que era superior em 20 milhões de euros.
O antigo presidente da comissão executiva da Tranquilidade, do grupo GES, reconheceu também que a Apollo foi uma de entre várias contactadas inicialmente sobre a venda da empresa.
"Arrancámos com dez, onze, e fomos reduzindo até às ofertas vinculativas no qual só ficou a Apollo no fim", sublinhou no parlamento.
O negócio fixou-se em 215 milhões de euros, dos quais 50 milhões de euros em dinheiro e mais de 150 milhões de euros garantidos para reforçar os capitais da instituição.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de Novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
Lusa/SOL