Na página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP na agência Bloomberg, a instituição informa que a taxa de juro para os títulos a 10 anos foi de 2,506%, batendo um mínimo histórico, e que compara com a taxa de 2,92% registada na última emissão em Janeiro.
A procura foi de 2.348 milhões de euros, 1,88 vezes superior à oferta.
O director da Gestão de Activos do Banco Carregosa, Filipe Silva, sublinha que "Portugal continua a conseguir emitir a longo prazo, a taxas baixas", que hoje atingiram "mais um mínimo histórico na dívida a 10 anos".
"Portugal nunca pagou um juro tão baixo no mercado, o que é muito vantajoso para a intenção de amortizar antecipadamente o empréstimo do Fundo Monetário Internacional. A procura não teve problemas, os investidores continuam a manter a confiança em Portugal", afirmou.
O responsável reconhece que "uma taxa de 2,5% a 10 anos em termos absolutos não é muito interessante para os investidores", mas acrescenta que "em termos relativos", há países que oferecem taxas negativas a cinco anos, pelo que aquela taxa "acaba por ser um atractivo" para "investir em dívida portuguesa".
Esta foi a primeira vez que Portugal foi aos mercados depois de, na terça-feira, ter sido conhecido o plano de reembolso antecipado ao FMI, segundo o qual o Governo pretende devolver 14.000 milhões de euros ao longo de dois anos e meio.
O pedido de reembolso já está a ser avaliado pelas instituições europeias e, caso seja aprovado, representa o pagamento de mais de metade do crédito devido ao FMI, ou seja, 27,38 mil milhões de euros.
No programa de financiamento do Estado para 2015, divulgado em Janeiro, o IGCP, liderado por Cristina Casalinho, previu a emissão bruta de até 14.000 milhões de euros em dívida de médio e longo prazo durante o ano para cobrir as necessidades de financiamento.
Em Janeiro, Portugal colocou no mercado 3.500 milhões em dívida a 10 anos e 2.000 milhões a 30 anos, totalizando os 5.500 milhões de euros.
Lusa/SOL