A greve, convocada pelo Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde das áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), decorre desde as 00h00 de hoje, prolonga-se até às 23h59 de sexta-feira e visa "defender os serviços públicos de saúde e, em especial, o Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
De acordo com o pré-aviso de greve, a paralisação é um protesto contra "o bloqueio negocial das carreiras, imposto pelo Governo, em clara violação da lei".
Em causa está também "a não revisão das carreiras, associado ao congelamento dos escalões e dos concursos, dos cortes salariais e da depreciação do pagamento do trabalho extraordinário, atingir quase 50% das remunerações a que os técnicos de diagnóstico e terapêutica têm direito".
O "desemprego galopante, a não substituição dos profissionais aposentados e consequente aumento das cargas de trabalho, desrespeito pelas escalas de trabalho, violações do direito aos descansos semanais e compensatórios e dos limites do trabalho extraordinário, sobrecarga dos regimes de trabalho, com risco para a segurança dos doentes e a qualidade dos desempenhos" são outros dos motivos da greve.
No primeiro dia de greve, os trabalhadores vão manifestar-se em frente ao Ministério da Saúde.
Análises clínicas e outros exames de diagnóstico e terapêutica poderão ser afectados pela greve, que pode ainda ter impacto em cirurgias programadas.
Em comunicado, o STSS considera que o Governo "agravou a discriminação e a violência institucional que vem exercendo sobre" estes profissionais.
Em Novembro do ano passado, os técnicos de diagnóstico já tinham realizado dois dias de greve nacional, exigindo a revisão da carreira, contestando a interrupção de negociações por parte do Ministério da Saúde e reclamando da sobrecarga de trabalho, devido à falta de substituição dos funcionários que se foram aposentando.
Segundo o Sindicato, a necessidade de revisão das carreiras dos profissionais de diagnóstico e terapêutica tem sido reconhecida pelos governos nos últimos 14 anos, sem que ainda se concretizasse a alteração pretendida.
Relativamente ao diálogo negocial, os sindicalistas acusam o actual Ministério da Saúde de bloquear as negociações sem qualquer explicação.
Além destes motivos, os sindicalistas consideram que o Governo veio agravar a "discriminação institucional" destes profissionais.
Lusa/SOL