Pedro Reina, de 32 anos, estava acusado pelos crimes de ofensa à integridade física qualificada e de abuso de poder, mas acabou por ser absolvido do segundo crime.
Segundo a acusação, na madrugada de 28 de Novembro, Bruno Oliveira, hoje com 26 anos, encontrava-se num estabelecimento com amigos, quando, no decorrer de uma operação policial em várias artérias do Bairro Alto, terá sido abordado por agentes da PSP, posteriormente conduzido para a esquadra e depois para um vestiário desta.
O tribunal deu por provado que Pedro Reina agrediu Bruno Oliveira no vestiário, juntamente com outros agentes da PSP (que não foram identificados), "com socos e pontapés".
Como consequência das agressões, a vítima ficou com várias mazelas e esteve, pelo menos, três dias sem poder trabalhar.
O colectivo de juízes considerou de "extrema gravidade" o facto de as agressões terem ocorrido num interior de uma esquadra da PSP e condenou Pedro Reina a uma pena suspensa de dois anos pelo crime de ofensa à integridade física qualificada, e ao pagamento de uma verba de 2.500 euros por danos não patrimoniais e ainda 131 euros para ressarcir as despesas médicas.
No final da sessão, em declarações aos jornalistas, Pedro Reina manifestou-se "bastante injustiçado" com a decisão e afirmou que iria recorrer da decisão para o Tribunal da Relação.
"O que se passou aqui foi a total descredibilização da PSP e de agentes que têm um percurso honesto. Eu nunca vi esse senhor [Bruno Oliveira] e nessa noite estava a fazer o meu trabalho", afirmou.
Já o advogado de defesa, Vítor Parente Ribeiro, manifestou-se mais optimista e confiante de que numa "segunda instância" o seu cliente será "absolvido".
"O arguido vinha acusado de dois crimes e foi absolvido de um. Estou tranquilo e tenho confiança que mais tarde ou mais cedo a inocência do Pedro virá ao de cima", perspectivou.
Em contrapartida, a advogada da vítima, Rute Caseiro, mostrou-se "bastante satisfeita" com a decisão do tribunal: "Foi feita justiça. Era disto que estávamos à espera", declarou.
Lusa/SOL