Segundo a acusação, na madrugada de 28 de Novembro, o jovem, hoje com 26 anos, encontrava-se num estabelecimento com amigos, quando, no decorrer de uma operação policial em várias artérias do Bairro Alto, terá sido abordado por agentes da PSP e conduzido para a esquadra, na qual terá sido levado para um vestiário.
"Já no vestiário, o arguido calçou previamente umas luvas de cabedal, após o que desferiu murros, pontapés e joelhadas" no corpo da vítima, "agressões que eram também levadas a cabo por dois agentes não identificados", refere o despacho de acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso.
Quando o jovem caía ao chão, o arguido e os dois agentes não identificados levantavam-no "pelas orelhas". O MP acrescenta que, enquanto um dos polícias agredia verbalmente o jovem, este era alvo de agressão contínua, com murros e pontapés desferidos pelo arguido e demais polícias.
O MP acrescenta que o arguido, hoje com 32 anos, "usou de violência e crueldade de modo a fazer sofrer fisicamente o ofendido".
A vítima ficou, pelo menos, três dias sem poder trabalhar.
O arguido requereu a abertura da instrução, mas o juiz de instrução criminal pronunciou-o para ir a julgamento pelos factos que constam da acusação do MP. Está acusado dos crimes de ofensa à integridade física qualificada e de abuso de poder.
O jovem constituiu-se como assistente no processo e reclama uma indemnização de 2.500 euros ao arguido.
A leitura do acórdão está agendada para as 13h30.
Lusa/SOL