Afinal, é puro engano. Os cientistas da Universidade Charles Darwin, responsáveis pela investigação, apontam vários motivos, entre os quais a acção dos predadores trazidos da Europa com os primeiros colonos, como o gato selvagem e a raposa. Perante novos habitats, estas duas espécies, muito adaptáveis, conquistaram espaço a mamíferos locais que as desconheciam enquanto predadores.
Mas há outras razões para esta liderança incómoda, os incêndios em larga escala que assolam o país todos os anos, especialmente em áreas florestais de grande biodiversidade. Mas é preciso ir aos números: desde 1788, ano que marca a chegada dos primeiros colonos (na sua maioria condenados, já que o território era uma colónia penal), 11% dos 273 mamíferos autóctones morreram, 21% estão ameaçados e 15% quase ameaçados, de acordo com o estudo. Espécies como o quoll do Norte, um marsupial, ou roedores de pequena dimensão, estão seriamente ameaçadas. Mas outras mais conhecidas, como o coala ou o canguru entrarão em declínio em breve.
“O problema tem sido menosprezado até recentemente, porque muitas das perdas envolvem espécies pequenas e nocturnas, pouco conhecidas do público”, queixa-se à BBC Online John Woinarski, coordenador do estudo.