Os argumentos que invocou – acabar com o tráfico ilegal e com os crimes a ele associados – até podem ser verdadeiros.
Só que não é isso que está em causa.
Um político distingue-se de um gestor pelos seus valores e princípios. Um gestor pode vender saias curtas ou compridas conforme as oscilações da moda. Um político não pode andar ao sabor das modas.
Um político tem a obrigação de dar à sociedade os sinais certos, de acordo com aquilo que considera correcto. Ora, sendo o consumo de drogas uma chaga social, a liberalização da sua venda por parte do Governo seria um sinal totalmente errado. Seria como dizer: “Podes consumir a partir de agora drogas à vontade, porque a sua venda até é legal”.
Ao dizer o que disse, Paula Teixeira da Cruz deu um enorme passo em falso.