O óleo faz parte dos 27 produtos cuja importação por Angola vai ser reduzida, seguindo directivas do Ministério do Comércio angolano. A queda do preço do petróleo provocou escassez de dólares no país. Com as novas quotas de importação, as autoridades de Luanda quer restringir a saída de moeda estrangeira do país.
Além dos limites ao escoamento de produtos, a actividade dos exportadores é também afectada pelas dificuldades de pagamento no país. O presidente da Grimaldi Portugal, empresa que presta serviços de apoio à escala de navios, admite dificuldades em expedir mercadorias para Angola. “A informação que nos chega dos nossos clientes – transitários e exportadores – é que há grandes dificuldades e atrasos avultados nas transferências de divisas de Angola”, diz Marcello Di Fraia.
Estes “grãos de areia” nas exportações são gerados pela crise de divisas n país: “Motiva os atrasos nos pagamentos dos importadores angolanos aos fornecedores portugueses” e a carga só é “paulatinamente desbloqueada” quando há recebimentos.
Em entrevista ao SOL (ler edição em papel), o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola, Paulo Varela, indica que as dificuldades de pagamento não são apenas do sector público, mas “também do sector privado”. E a cadeia de abastecimento em Angola já está a sentir efeitos.
joao.madeira@sol.pt