O SOL foi a vários supermercados e notou, essencialmente, a falta de bebidas portuguesas. Gerentes e responsáveis pelas compras nesses estabelecimentos confirmaram que vários produtos já escasseiam nos armazéns – e antecipam que alguns produtos angolanos sofram uma grande subida de preços, prejudicando o consumidor final. No sector das bebidas há já marcas angolanas que aproveitaram a subida das águas importadas para alterarem o valor do seu produto.
Também a restauração sofre com a crise do dólar – nomeadamente espaços de luxo e especializados. Alguns gerentes desses espaços de Luanda afirmaram ao SOL: “Não tivemos alternativa senão aumentar os preços”. Os produtos que ainda se encontram em stock nos importadores, segundo os restauradores, “só estão a ser vendidos aos restaurantes que não têm dívidas com eles”.
No que diz respeito ao mercado informal, os preços de venda de produtos alimentares dispararam. No mercado de São Paulo, por exemplo, o valor de um frango inteiro quase triplicou. Um quilo de açúcar passou de 100 para 150 kwanzas (84 cêntimos para 1,26 euros). Uma caixa de 10 quilos de entrecosto, que custava entre 21 e 27 euros, está agora a 59 euros. Ainda no mercado informal, e devido à falta de divisas, o preço de venda de 100 dólares varia agora entre 17.500 e 18.500 kwanzas, quando a cotação oficial é de 10.500 kwanzas.
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