Para o novo cardeal português, investido ontem numa celebração na Basílica de São Pedro no Vaticano, «as maneiras de resolver os conflitos que surjam nunca são estas – intimidar pessoas, fazer ataques terroristas e outras coisas do género que são abomináveis, não são de maneira nenhuma aceitáveis ou justificáveis». Manuel Clemente referia-se aos dois ataques que ocorreram ontem em Copenhaga, na Dinamarca, contra uma sinagoga e contra um evento cultural em defesa da liberdade de expressão e onde se encontrava um famoso cartunista, conhecido por satirizar Maomé.
Num encontro com os jornalistas que decorreu hoje ao início da tarde no Colégio Pontifícios Português, em Roma, o recém-investido cardeal português propôs um diálogo que tenha origem num «base irrenunciável» e «absolutamente inquestionável»: os Direitos Humanos. Só com uma «grande pedagogia social» é possível prevenir conflitos e levar as pessoas a aprenderem a «respeitar-se», considera Manuel Clemente. «Não podemos viver ao lado uns dos outros como se não estivéssemos assentes nesta base de direito».