"O FMI olha para este acordo como um conjunto de fases e prazos para que o trabalho seja feito. Estou muito satisfeita que o trabalho possa realmente avançar", disse hoje a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de hoje do Eurogrupo sobre a Grécia, em Bruxelas.
A responsável disse que o governo grego deverá apresentar uma lista de reformas "em linha com o acordado previamente" com as instituições europeias e que o FMI vai analisar se "essa lista é completa o suficiente para constituir um ponto de partida", acrescentando que até ao final de Abril os parceiros "têm de concordar com a lista final" de reformas a desenvolver.
Christine Lagarde afirmou ainda que "só depois da conclusão da revisão do programa prolongado por parte das instituições europeias é que se permitirá qualquer desembolso da tranche pendente", ou seja, de 1.800 milhões de euros do "Master Financial Assistance Facility Agreement", a designação oficial do contrato de empréstimo estabelecido com o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).
Os 10.900 milhões destinados à recapitalização da banca regressam ao FEEF, mas a sua aplicação também foi prolongada por quatro meses, disse o director da instituição, Klaus Regling.
"Os fundos vão continuar a estar disponíveis e podem ser usados apenas para a recapitalização da banca e para os custos de liquidação dos bancos se o BCE ou o supervisor bancário único assim o solicitarem", acrescentou Klaus Regling.
O Eurogrupo aprovou hoje o prolongamento do programa de resgate grego por mais quatro meses, mas as autoridades gregas ficaram de apresentar uma primeira lista de medidas até ao final de segunda-feira, seguindo o acordo hoje alcançado.
Posteriormente, as instituições vão fazer uma primeira avaliação sobre se a lista apresentada pelo governo helénico é "suficientemente ampla para ser um ponto de partida válido para a conclusão bem-sucedida" da avaliação, de acordo com o comunicado do Eurogrupo.
Esta lista vai ser "especificada e depois acordada com as instituições até ao final de Abril", refere ainda o comunicado, acrescentando que "apenas a aprovação da conclusão da avaliação" vai permitir "qualquer desembolso" do remanescente por parte do Fundo Europeu de Estabilidade financeira.
Lusa/SOL