A proprietária da central, a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), anunciou na terça-feira a descoberta de um depósito de água altamente radioactiva acumulado sobre o tecto do reactor número 2 da fábrica.
O líquido continha 29.400 becqueréis por litro de césio radiactivo e 52.000 de estrôncio e outras substâncias emissoras de raios beta, segundo os dados difundidos pela TEPCO.
A água é procedente das chuvas e foi contaminada por resíduos radioactivos provenientes do reactor, indicou a operadora.
Em Abril passado, a TEPCO detectou a acumulação de água sobre o tecto do reactor, assim como um aumento dos níveis de radiação nas canalizações sempre que chovia, segundo responsáveis da central em declarações citadas pela estação estatal NHK.
Para controlar as fugas de água radioactiva, a TEPCO anunciou a instalação de sacos de areia sobre o tecto do reactor e a cobertura das canalizações que desaguam no mar, medidas que prevê ter prontas no final de Março.
Não obstante, a operadora afirmou que não se registou um aumento dos níveis de radioactividade nas águas nas imediações da central nuclear.
A acumulação de água na central é um dos principias desafios para o desmantelamento dos reactores que ficaram danificados no terramoto e tsunami de 11 de Março de 2011, uma operação que deverá prolongar-se por 30 ou 40 anos.
O acidente foi o mais grave desastre nuclear desde Chernobil, na Ucrânia, em 1986 e 50.000 pessoas que viviam nas imediações do complexo continuam sem poder regressar a casa devido às elevadas radiações que afectaram também a agricultura, criação de gado e a pesca na região.
Lusa/SOL