PSP reabre portas da Escola de Música do Conservatório

A Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN), em Lisboa, foi reaberta hoje por dois elementos da Polícia de Segurança Publica, pelas 09:45, sob forte protesto dos alunos, que fecharam as portas a cadeado durante a noite.

Debaixo de gritos de protesto – "a escola unida jamais será vencida" e "vitória, vitória" – e de assobios, a PSP cortou os cadeados colocados pelos estudantes do Conservatório que querem ver resolvidas as questões de segurança no edifício, situação que, segundo eles, se verifica há vários anos.

Apesar de as portas terem sido abertas, os alunos mantêm-se no exterior do edifício.

À porta do EMCN encontram-se desde antes das 8h00 cerca de uma centena de alunos e professores, e também alguns pais, que exigem dialogar com o ministro da Educação, Nuno Crato, alegando não terem responsabilidades no estado de degradação do edifício onde funciona a Escola de Música.

Ana Mafalda Pernão, directora da Escola de Música do Conservatório Nacional, mostrou-se solidária com a manifestação à porta do estabelecimento de ensino, garantindo compreender o porquê de a mesma ter acontecido.

"O problema agora é que queremos que o ministério da educação fale connosco, o que ainda não aconteceu. Recebi um 'email' na sexta-feira a dar autorização para pedir os três orçamentos para a realização das obras, mas não mais que isso", disse à Lusa Ana Mafalda Pernão.

De acordo com a directora da escola, "é preciso uma situação que não seja só o remendo de buracos, mas uma intervenção mais profunda no edifício", lembrando que este faz em 2015, 180 anos.

"Precisamos de ter uma conversa franca com o ministro, frente a frente", sublinhou.

As janelas do edifício estavam cobertas de cartazes em que se podia ler mensagens como: "Eu sou Conservatório Nacional", "Temos o direito de estudar música sem levar com um tijolo na cabeça", "Não deixem a nossa casa desmoronar" ou "Só queremos ter aulas em segurança".

Uma vistoria da Câmara Municipal de Lisboa ao edifício da EMCN obrigou na segunda-feira, por questões de segurança, ao encerramento de dez salas, o que fez com que os alunos ficassem sem algumas aulas.

A ENCM fora notificada a 30 de Janeiro pela Câmara de Lisboa, após uma vistoria ao edifício, de que teria de encerrar, a partir de 16 de Fevereiro, dez salas de aulas por questões de segurança, disse à Lusa a directora daquele estabelecimento de ensino.

No final da passada semana, o Ministério da Educação garantiu à Lusa já ter autorizado a direcção da Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN) a desencadear os procedimentos necessários para poder reabrir as dez salas.

A directora da ENCM, Ana Mafalda Pernão, confirmou na segunda-feira à Lusa ter sido autorizada a "pedir três orçamentos" para a realização de obras, mas garantiu que "não chega".

Em Dezembro, a escola encerrou o pátio do edifício, onde "caíram pedaços de friso", sendo que, já no mês anterior, a Assembleia Municipal de Lisboa tinha discutido um relatório elaborado pelos deputados da comissão de Cultura, após uma visita à EMCN, no qual alertavam para as más condições do edifício.

Na ocasião da elaboração do relatório, a directora da escola e a associação de pais escreveram uma carta ao ministro da Educação a pedir uma "intervenção urgente" no edifício, que já tinha atingido um "estado de insustentável degradação".

Lusa/SOL