António Costa vai votar em Passos Coelho por Portugal!

1.    Sempre que ouvimos falar em novas declarações conjuntas, tomadas de posição colectivas ou  Manifestos, tendemos a desprezá-los simpaticamente. Porquê? Será que não levamos a sério a democracia participativa? Não: bem pelo contrário. Somos do mais entusiastas defensores da intervenção activa da sociedade nas questões políticas que a todos interessam. Mas tais “Manifestos” em Portugal…

2.    O Pacheco Pereira aparece em todas as festas da esquerda, em todos os Manifestos a dizer sempre o mesmo que declara, com a sua gravitas habitual, na SIC NOTÍCIAS todas as semanas. Bagão Félix, embora com mais sensatez, idem. E já nem falamos em Manuela Ferreira Leite. Com uma diferença: enquanto Pacheco Pereira é um franco-atirador puro (sempre foi e sempre será), Ferreira Leite e Bagão Félix já exerceram as funções de Ministro das Finanças em Governos PSD/CDS. Deveriam, pois, revelar mais sentido de Estado e responsabilidade nas suas intervenções. 

3.    O último Manifesto foi qualificado como “Manifesto dos 32”. Com um tom muito crítico para com o Governo Passos Coelho, este grupo de amigos apelava à mudança de rumo do Governo e ao protesto dos portugueses. Ou seja, este Manifesto quis fazer o jogo – ou, numa expressão bem portuguesa, estes 32 camaradas queriam fazer a “papinha toda” – a António Costa.  Ao invés, o Manifesto reforçou Passos Coelho. É que antes deste Manifesto, havia sido apresentado o Manifesto dos 74. Ora, basta fazer as contas: 74-32 = 42. Ou seja, 42 alminhas que vociferavam contra Passos Coelho no primeiro Manifesto, já se renderam ao Governo! A matemática não mente: mais 42 cidadãos portugueses, numa primeira fase críticos do Governo, já estão com Passos Coelho. Passos pode, pois, dizer: “ Hoje já somos mais 42; amanhã, seremos mais uns milhões”. À boa maneira social-democrata. 

4.    Pois bem, e nesses milhões, Passos Coelho já conta com um apoio inesperado: António Costa. Sim, é verdade: António Costa, ontem, afirmou que Portugal está melhor do que há quatro anos! Esta declaração não foi uma gaffe: foi uma frase intencional, repleta de significado político. Agora os socialistas percebem a razão do silêncio prolongado de António Costa: este finalmente admitiu que não tem nada para dizer, que não tem nenhum estratégia para o futuro de Portugal, a não ser meia-dúzia de lugares comuns – e que, no essencial, está de acordo com Passos Coelho! Portuga está bem melhor do que quando o Partido Socialista deixou o Governo. 

5.    No fundo, António Costa rendeu-se à evidência histórica: o PSD constrói; o PS destrói. O PS destrói; o PSD reconstrói. Acabou-se o mito (ou a fraude política) que era considerar que António Costa estava a aguardar o momento oportuno para endurecer a oposição a Passos Coelho. Acabou! Agora sabemos: António Costa está rendido ao trabalho de Pedro Passos Coelho! 

6.    A justificação que os socialistas, em pânico, vieram dar às palavras de António Costa foi ainda mais ridícula – António Costa estava a falar para estrangeiros e, portanto, tinha que falar bem do país! Muito bem: então quer dizer, quando os socialistas falam aos portugueses, têm de mentir porque, enfim, são as “regras do negócio” – quando falam para estrangeiros, então aí já podem falar verdade! Para além de mostrarem que não têm sentido de Estado, os socialistas revelam que tratam os portugueses com muita falta de respeito! Haja descaramento!  

7.    Só ficava bem aos socialistas reconhecerem o mérito do trabalho do Governo PSD/CDS e pedirem desculpa por terem permitido que alguém como José Sócrates chegasse a Primeiro-Ministro de Portugal. Que diabo: os socialistas – com José Sócrates e António Costa no Governo – levaram Portugal à bancarrota! 

8.    Já anos que escrevemos que António Costa é uma fraude política, criada por uma pseudo-elite política com a conivência de alguma comunicação social disfarçadamente politizada, mas, que pelo se viu ontem, já perdeu toda a vergonha…É com júbilo que a verdade sempre vem ao de cima: hoje, os portugueses estão a conhecer o verdadeiro António Costa. Que não pode ser Primeiro-Ministro de Portugal. Que os portugueses não cometam o mesmo erro de avaliação que cometeram com José Sócrates. 

9.    Tal não irá acontecer. Portugal continuará a ter um governo PSD/CDS credível  e com um novo paradigma para Portugal. António Costa: obrigado pro votar em Passos Coelho! 

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