"É um bocadinho amadorismo para quem ganhou tantos prémios", atirou Mortágua, depois de ter questionado Zeinal Bava acerca da elevada concentração do investimento da PT em dívida do Grupo Espírito Santo (GES) e de o responsável ter apenas respondido que "era onde [o dinheiro] estava investido", sem mais justificações.
Zeinal Bava garantiu várias vezes que não tinha conhecimento do investimento da PT na Rioforte, perante a insistência dos deputados sobre a questão, com Duarte Marques, do PSD, a assumir também um papel muito ativo nesta matéria.
"Em relação à Rioforte já disse categoricamente que não sabia", vincou Zeinal Bava.
E reforçou: "As decisões de tesouraria da PT SGPS eram da PT SGPS. Eu saí a 04 de Junho de 2013. Não tinha que saber onde é que a empresa investia o seu dinheiro. E não devia saber sequer porque havia espaço para haver conflitos de interesse. Eu não sabia".
Zeinal Bava, que passou a exercer funções de liderança da Oi, no Brasil, em Junho de 2013, realçou que, a partir do momento em que assumiu as novas funções, se concentrou no projecto da operadora brasileira.
"Em sã consciência não sabia das aplicações, nem devia saber. Existia uma relação de conflito de interesse. Qualquer processo de fusão é muito crispado", considerou.
"A fusão da PT com a Oi, anunciada em Outubro de 2013, foi bastante crispada e fez-me afastar ainda mais. Além de estar a mais de 10 mil quilómetros, tinha trabalhado muitos anos com as pessoas que estavam do outro lado. Por isso, quis-me afastar ainda mais [da realidade da PT]. E não tinha que saber", acrescentou.
Confrontado por Mariana Mortágua com o facto de a auditoria da Pricewaterhouse Coopers (PwC) ter concluído que Zeinal Bava constava das listas de 'emails' que recebiam informação sobre a área financeira da PT, o gestor jogou à defesa.
"Recebo entre 300 e 400 'emails' por dia. O facto de eu receber os 'emails' não quer dizer que os leia. O meu foco era exclusivamente garantir que a Oi estivesse entre as melhores empresas do Brasil", sublinhou.
Lusa/SOL