Segundo o estudo, o número de países onde os judeus (0,2 por cento da população mundial) são perseguidos tem vindo a aumentar desde 2009 e, em 2013, foram identificadas perseguições em 77 países (39 por cento). Em 2012 foram registadas perseguições em 71 países e, em 2007, em 51 países.
Na Europa, foram registadas formas de perseguição a judeus, por parte de indivíduos ou de grupos sociais, em 34 dos 45 países do continente (76 por cento).
Cristãos e muçulmanos – que juntos representam mais de metade da população global – foram alvo de perseguição, respectivamente, em 102 e 99, dos 198 países analisados no estudo.
O estudo, que se realiza anualmente desde 2007, revela que a hostilidade social relacionada com a religião registou um declínio em 2013, depois de se ter verificado o maior nível de sempre no ano anterior, tal como as restrições à religião impostas pelos governos.
Segundo o estudo, o número de países com níveis altos ou muito altos de hostilidade religiosa caíram de 33 por cento, em 2012, para 27 por cento, em 2013, enquanto os países com restrições graves e muito graves à religião passaram de 29 para 27 por cento, no mesmo período.
A hostilidade social inclui actos que vão do vandalismo de propriedade religiosa e profanação de textos sagrados até ataques violentos que resultam em mortes e ferimentos, enquanto as restrições governamentais à religião incluem tentativas de controlo de pessoas ou grupos religiosos através de registos obrigatórios, de políticas discriminatórias e da restrição total de algumas religiões.
Globalmente, o nível de restrições era alto ou muito alto em 39 por cento dos 198 países e territórios analisados no estudo, que estima que 5,5 mil milhões de pessoas (77 por cento da população mundial) vivam em países que restringem e perseguem, por motivos religiosos.
Em 2012, a percentagem de população a residir nestes países era de 76 por cento e, em 2007, de 68 por cento.
Entre os 25 países mais populosos, o maior nível de restrições foi registado na Birmânia, Egipto, Indonésia, Paquistão e Rússia, onde quer a sociedade quer os governos impõe numerosas limitações às crenças e à liberdade religiosa.
A China registou o maior nível de restrições governamentais, em 2013, e a Índia, o maior índice de hostilidade social.
O Médio Oriente – onde tiveram origem o judaísmo, o cristianismo e o islamismo – continua como a região do mundo com mais restrições religiosas.
Portugal conta-se entre os países onde as restrições e a hostilidade religiosa são consideradas baixas ou inexistentes.
O estudo do Pew Research Center é o sexto de uma série de relatórios anuais que analisam até que ponto governos e sociedades limitam ou perseguem as crenças e práticas religiosas.
Os estudos integram um projecto mais amplo – o Pew-Templeton Global Religious Futures – que analisa as mudanças religiosas e o seu impacto sobre as sociedades de todo o mundo.
Lusa / SOL