O assassínio de Nemtov ocorreu a dois dias de uma manifestação da oposição prevista para domingo nos arredores de Moscovo, a qual foi entretanto cancelada.
Durante 45 minutos, Boris Nemtsov apresentou as suas propostas para "mudar a Rússia" à rádio Ekho Moskvy.
"Esta manifestação pede o fim imediato da guerra com a Ucrânia, ela exige que (o Presidente russo Vladimir) Putin acabe com a sua agressão", disse em entrevista à rádio.
Boris Nemtsov expressou também a sua posição sobre a crise económica atravessada pela Rússia. "A causa da crise é a agressão (da Ucrânia), que foi seguida de sanções, e de fugas de capitais, tudo por causa da agressão sem sentido travada contra a Ucrânia por Putin", acusou Boris Nemtsov que, tal como Kiev e o ocidente, considerou que Moscovo enviou tropas para apoiar os separatistas pró-russos no leste, algo que o Kremlin sempre negou.
Boris Nemtsov foi assassinado a tiro na sexta-feira à noite, em pleno centro de Moscovo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, já reagiu, considerando o assassínio deste seu crítico "uma provocação".
Entre os vários cargos políticos ocupados por Nemtsov, que tinha 55 anos, estão o de governador da região de Nizhny Novgorod, no centro da Federação Russa, deputado e vice-primeiro-ministro no final dos anos 1990, sob a presidência de Boris Yeltsin.
Depois de sair do parlamento, em 2003, ajudou a criar e liderou vários partidos e grupos da oposição.
Lusa/SOL