Espanha: Quatro partidos podem chegar ao poder

É um cenário inédito na Espanha democrática. Uma sondagem da Metroscopia para o El País indica que nada menos que quatro partidos estão neste momento separados por quatro pontos percentuais – dentro da zona de empate técnico.

O Podemos mantém a liderança das intenções de voto, reunindo 22,5% das preferências. “A dúvida sobre se o partido de Pablo Iglesias seria uma flor de um só dia parece dissipar-se”, comenta o diário espanhol que este domingo publica o estudo de opinião.

Segue-se o PSOE. Com 20,2% das intenções de voto, os socialistas ultrapassaram no último mês o PP do primeiro-ministro Mariano Rajoy, que é agora o terceiro partido nas preferências, com 18,6%.

Em quarto lugar, com 18,4%, surge uma nova estrela no firmamento politico-partidário espanhol: o Ciudadanos, formação centrista em rápida ascensão nas sondagens.

Esquerda Unida e UPyD (União, Progresso e Desenvolvimento) são as forças que mais perdem com a subida dos dois novos partidos. Os esquerdistas somam apenas 5,6% das intenções de voto, e os sociais-liberais 3,6%.

Perante a perspectiva de uma corrida a quatro nas legislativas deste ano, com previsível realização em Dezembro, a mesma pesquisa indica que o eleitorado de esquerda prefere uma coligação ou acordo parlamentar pós-eleitoral entre o PSOE e o Ciudadanos, sendo a segunda hipótese uma união entre os socialistas e o Podemos. À direita, os inquiridos são mais favoráveis à ideia de um bloco central PP-PSOE.

Aconteça o que acontecer, e a menos de sete meses das eleições, o que parece ser impossível é a formação de um Governo maioritário. E definitivamente guardada nos livros de história está a Espanha bipartidária que até hoje conhecemos. Esse novo capítulo poderá ver escrito o seu primeiro parágrafo já no dia 22, com as eleições autonómicas da Andaluzia, onde o El País prevê que o Ciudadanos suplante o PP como alternativa ao PSOE, no poder desde a criação da comunidade em 182.

pedro.guerreiro@sol.pt