Os efeitos da crise parecem ser cada vez menores e os três ginásios contactados pela agência Lusa não perderam clientes, havendo mesmo alguma recuperação relativamente ao ano passado.
"Cada vez mais, vemos pessoas a fazer exercício físico lá fora, nomeadamente corrida, o que há 10 anos atrás era impensável", disse Marco Graça, um dos responsáveis pela área operacional do Holmes Place, acrescentando que "tem havido uma procura muito grande, quer a nível de ginásios, quer a nível do treino 'outdoor' (na rua)".
Marco Graça explicou que "as pessoas não procuram mais o treino 'outdoor' em detrimento do ginásio, havendo sim mais pessoas a fazerem actividade física, numa luta contra o sedentarismo, havendo uma maior procura a nível de 'health clubs' e ginásios, que são vistos como um complemento" da actividade física na rua, como a corrida.
Amâncio Santos, gerente do clube Fitness Hut Amoreiras, diz que há "um crescimento de 'personal trainers' que realizam os seus treinos ao ar livre", aproveitando as boas condições em Portugal, como o clima, principalmente no verão, quando os ginásios registam "uma natural quebra", com a corrida a passar a ser a actividade de eleição da maioria dos portugueses.
No entanto, "a grande maioria continua a preferir as actividades em ginásio, pela polivalência de opções que encontra e pela complementariedade de exercícios que pode combinar, inclusive com várias alternativas ao ar livre", salienta Amâncio Santos.
"As pessoas optam por utilizar mais o ginásio durante a semana e mais todo o tipo de actividades 'outdoor' ao fim de semana", resume o técnico.
A cadeia de ginásios só para mulheres VivaFit referiu à Lusa ser possível observar que "existe um aumento de pessoas a praticar exercício ao ar livre", mas "são muito poucos os casos de pessoas que desistem".
"Eventualmente, ao fim de semana ou quando não podem ir ao centro, algumas optam por caminhadas ou 'running'", indicou a cadeia em resposta à Lusa.
Para o presidente da Associação de Ginásios de Portugal, José Júlio Vale Castro, "a corrida fomenta a prática de exercício no ginásio e não o contrário".
No entender de Marco Graça, "há vários factores que não são conseguidos no treino na rua", como o reforço muscular e articular e a prevenção de lesões", que devem ser feitos no ginásio, assim como a recuperação e o descanso, que "fazem parte do treino".
Lusa / SOL