O economista, que actualmente preside à Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) entrou no BES em 1996 e saiu em Abril de 2014, tendo dito no decorrer da sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES que durante esse período reportava a Manuel Pinho, Amílcar Morais Pires e Ricardo Salgado.
"De negócios não falava com eles. Falava das minhas atribuições, da análise económica, das grandes tendências globais e também da economia portuguesa", sublinhou em resposta à deputada do CDS-PP Cecília Meireles.
Confrontado com uma série de questões específicas, como se tinha participado em discussões no BES sobre o recurso à recapitalização pública, se tinha tido contacto com a venda de papel comercial, se sabia quem era a Eurofin à data em que estava em funções, Frasquilho foi respondendo a todas que não.
"Ouvi falar pela primeira vez dessa Eurofin nesta mesma comissão. Estava a ver na televisão", garantiu.
Já o deputado do PCP, Miguel Tiago, puxou pelo facto de Frasquilho ter desempenhado funções parlamentares, enquanto deputado, ao mesmo tempo que era diretor do departamento de estudos do BES, lembrando ainda a sua passagem pelo Governo, procurando perceber se havia algum tipo de incompatibilidade entre as funções.
"Eu era colaborador do BES, com um cargo de direcção. Comecei no banco muito antes de estar no Governo, estive um ano no Governo, e voltei para ser chefe do departamento de 'research'", relatou Frasquilho.
E assegurou: "Separei sempre muito bem a minha responsabilidade no banco e a minha responsabilidade parlamentar".
Enquanto deputado, Frasquilho integrava a comissão de acompanhamento ao programa de ajuda internacional da 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), sendo o porta-voz do PSD nesta matéria.
"Eu nunca tive acesso a qualquer informação privilegiada e não discutia o que se passava nessas reuniões [com a 'troika'] no banco", afirmou o responsável.
Quanto à sua sensibilidade acerca do impacto que o caso BES/GES teve a nível internacional, a propósito do desempenho do seu mais recente cargo, na liderança da AICEP, Frasquilho desvalorizou a questão.
"Desde que sou presidente da AICEP, há cerca de 10 meses, tenho contactado com muitos investidores internacionais e posso dizer-lhe que, tendo havido, em determinado período (2014), muitas questões sobre o que tinha acontecido, nunca senti que beliscasse a trajectória ascendente que o nosso país percorre", afirmou.
Lusa/SOL